Pensando na vida

Hoje foi um dia daqueles. Não só porque estou com uma enxaqueca que já está beirando as 48 horas sem pausa ou porque descobri que essa semana trabalharei umas 12 horas por dia para cumprir uns prazo... Mas sim por algumas coisas que vi.

Eu sou uma sériemaníaca. Assisto umas 10 ao mesmo tempo, incansavelmente. Hoje, assistindo Greys Anatomy, uma das minhas favoritas, vi um episódio repetido que ainda não tinha assistindo. O episódio da cirurgia do Henry. Resumidamente, o cara tem um câncer que atingiu um rim e boa parte do pâncrea. Assim, os médicos tiveram que tomar uma decisão e para a cirurgia ser um sucesso, ou seja, eliminar o tumor, eles tiveram que tirar uma parte do pâncreas. Aí increvelmente eles ficaram super chateados porque tirando essa parte do pâncres Henry poderia se tornar diabético com dependência de reposição de insulina.

Fiquei pensando: o cara tinha um tumor!!! O que é um câncer perto de uma diabetes??

Quando eu fui diagnosticada não tinha ideia do que era a doença. Hoje sei o que é. Meu sistema imunológico ficou doido e começou a destruir a coisa errada. Assim, as células do meu pâncreas responsáveis por produzir a insulina estão sendo aniquiladas. Sem insulina, o açucar do sangue não vai para as células e eu fico sem energia. Vale lembrar que precisamos de energia para tudo, até para respeirar. O único jeito de suprir essa deficiência e tomando todos os dias as injeções de insulina. E é o que eu faço. A doença é crônica, tem várias consequências se mal controlada e tem dias que é dureza. Mas a vida segue.

Parando para pensar nisso vi que realmente muita coisa mudou, mas eu vivo numa boa. Perdi 12 quilos, mudei meus hábitos alimentares, tomo todos os cuidados necessários. E vivo minha vida.




Quando me perguntavam se eu esperava a descoberta da cura, eu sempre pensava que sim. E é claro que espero, mas hoje depois de ler o último post do Família Tipo 1 vi uma foto que marcou o meu dia, mais até do que a história do Henry.

É essa foto abaixo da primeira pessoa que recebeu uma injeção de insulina. O nome dele era Leonard e é incrível como ele estava antes das injeções. Eu nunca tinha pensado no que poderia ter acontecido comigo se só isso ainda não tivesse sido descoberto.



A medicina avança. Já descobriu a insulina, a contagem de carboidrato, a bomba de insulina, o automonitoramento. Não podemos reclamar de nada. E nem achar que isso pode ser pior do que um câncer.

É, Simone, a cura já está aí. Obrigada pela foto, abriu meus olhos e o meu coração. Já tenho tudo o que preciso e o que vier daqui pra frente é lucro. Sempre.

Bjinhus

Luana Alves

Tenho mania de escrever e de ver sempre o lado bom das coisas. Com diabetes desde 2010, acredito que uma vida controlada e divertida é possível sim. Jornalista, creio que posso ajudar os outros a acreditar também. Que saber mais sobre mim? Clica aqui!

2 comentários:

  1. Querida Luana,
    que bom que para vc essas imagens tocaram fundo.E fizeram mudanças significativas. Para mim essas fotos foram muito terapêuticas, fizeram eu repensar muita coisa. Parar de perder tempo com coisas sem importância, pensar mais positivo, se preocupar com o que realmente importa,ser mais leve em relação ao diabetes e seu controle,ter menos "nóias" e mais alegrias,pricipalmente quando temos crianças ao nosso redor,como a minha filha. Já notei diferença na Catarina só pelo modo como estamos encarando o diabetes, com mais naturalidade e leveza,sem esquecer os dias difíceis,é claro, mas quem não os tem?
    Um GRANDE abraço, e parabéns por esse novo olhar, só você poderia se dar esse presente...bjossssss

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  2. Oi Luana.. sabe que essas fotos do Leonard tbm me ajudaram mto..já tinha visto logo que descobri a doença.. realmente elas fazem você repensar e me fizeram aceitar ainda mais a doença..
    Por isso eu não espero a cura, pq como vc mesma falou, tem coisa tão pior, então que a cura venha para essas doenças.. a diabetes é super controlável, a única coisa que podemos pedir é que todos tenham acesso à medicação, acho que este ainda é o maior problema da tipo 1. E também que tenham a conciência que nós temos, aceitar o que não podemos mudar. Aceitar que o tratamento é maravilhoso e sem eles nós morreríamos. E nisso as fotos ajudam muito.

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